A Cava de Viriato, detentora do nome do icónico guerreiro Lusitano, é o maior enigma da arqueologia portuguesa. Um octógono perfeito, quando vista de cima. Como apareceu esta fortaleza gigantesca em Viseu? Uma questão que permanece sem resposta. Este Monumento Nacional foi, recentemente, destaque do documentário da National Geographic: "A Europa vista de cima".
Apesar do nome que a designa, é hoje sabido que a cava situada junto ao Largo da Feira de São Mateus de Viseu nada tem a ver com Viriato, o guerreiro lusitano cuja estátua adorna este lugar. Ao contrário do que a imaginação popular levou a crer, a investigação recente atesta que não foram os lusitanos que edificaram esta fortaleza. E se alguns autores a atribuem aos romanos de cerca do século I a.C., outros há que afirmam que foram os muçulmanos quem ergueu esta cidade-acampamento. Enquanto novas escavações não confirmam a verdadeira fundação deste mítico local, venha apreciar este pedaço de história em plena cidade.
Um enigma arqueológico Como terá, então, surgido em Viseu esta gigantesca fortaleza? Eis a pergunta que muitos arqueólogos querem ver respondida. De planta octogonal com cerca de 38 hectares, rodeada por muros e protegida por taludes, a cava é cercada por um fosso de água que está dotado de um sofisticado sistema de engenharia hidráulica que ligava o seu interior ao rio Pavia e à ribeira de Santiago. Recentes teorias defendem que uma tal configuração, que não encontra qualquer semelhança a nível peninsular, parece corresponder à das cidades-acampamentos muçulmanas.
Monumento nacional desde 1910, a Cava de Viriato sofreu a erosão do tempo, até que em 2001 um projecto do Arquitecto Gonçalo Byrne requalificou a zona, recuperando dois dos lados do octógono que praticamente tinham desaparecido. Com uma passadeira construída ao longo de toda a estrutura dos taludes, a Cava ganhou em acessibilidade, possibilitando uma visita mais completa que permite ao visitante fazer uma viagem no tempo.