O Castelo de Porto de Mós, situado a meia hora de Leiria, uma peça arquitectónica única, sofreu diversas alterações ao longo da sua história. Inicialmente, serviu de fortaleza que tinha como objectivo o controlo e a monitorização das rotas principais que atravessam o Maciço Calcário Estremenho, fazendo a ligação entre a região do Médio Tejo e a Alta Estremadura.
A construção da actual estrutura remonta ao rei D. Sancho I, em 1200, durante o período das invasões muçulmanas em território cristão. Antes disso, teria ali existido uma torre de vigia mais pequena que ficou sob controlo cristão em 1147, aproximadamente, durante as conquistas lideradas pelo rei D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. As tradições locais associam o castelo a Dom Fuas Roupinho, uma figura que se situa no limbo entre o mito e a história, e que se acredita ter sido o primeiro governador desta povoação sob domínio cristão. Testemunhos de monumentos fúnebres reutilizados sugerem a presença de uma povoação ou villa Romana de dimensão assinalável, aproveitando a localização estratégica da região e a proximidade em relação a Collipo (hoje em dia, Batalha).
Ao longo dos séculos, o castelo passou a incorporar influências militares, góticas e renascentistas. A sua configuração pentagonal compreende torres reforçadas nas esquinas, e uma quinta torre, menos visível, acrescentada durante as renovações pelo rei Dom Dinis, para conforto da fortaleza. Este monarca ofereceu o castelo à sua mulher, a rainha Isabel de Aragão. As duas torres principais da fachada são encimadas por cones verdes em cerâmica, possivelmente com ligação a Dom Afonso, o IV Conde de Ourém.
O castelo desempenhou o seu último propósito militar na véspera da Batalha de Aljubarrota, em 1385, albergando as tropas portuguesas. Após a batalha, o rei D. João I concedeu o condado de Porto de Mós a Nuno Álvares Pereira, cujo neto, D. Afonso, desenvolveu o castelo com melhoramentos de inspiração renascentista italiana, dando-lhe um aspeto palaciano.
O abandono e as catástrofes naturais, incluindo o terramoto de 1755, levaram à ruína do castelo. Declarado Monumento Nacional em 1910, foi objeto de obras de restauro entre 1936 e 1960 e de novos melhoramentos na década de 1990. Recentemente, foram efectuadas melhorias em termos de acessibilidade.
Atualmente, o castelo acolhe eventos culturais, incluindo exposições, concertos, teatro e conferências. Os seus programas educativos destinam-se a diversos públicos, incluindo escolas, famílias e grupos com necessidades específicas, oferecendo actividades interactivas que promovem a cultura e o património, criando experiências enriquecedoras e envolventes.
O Castelo de Porto de Mós disponibiliza o roteiro “Histórias e Lendas de um Castelo Singular”, um guia de visita independente, acessível através de uma aplicação web nos smartphones dos visitantes. Esta plataforma permite aos visitantes saber mais sobre o castelo através de uma narrativa apresentada pela Rainha Santa Isabel, destacando as principais caraterísticas do monumento e factos intrigantes.
A aplicação web está disponível em português, inglês, francês, língua gestual portuguesa e formato de texto, garantindo a acessibilidade a um público diversificado.